19.3.07

Todo o mundo e ninguém



Não é arriscado conjecturar que a nova campanha da Super Bock produzirá um elevado recall. É isso que por regra se consegue recorrendo a celebridades, e a ruptura com a linha de comunicação tradicional da marca só pode ajudar.

E vai daí? Como é óbvio, a Super Bock não necessita de maiores níveis de notoriedade: haverá alguém que a não conheça?

Que acrescenta então à marca a sua associação ao Bruno Nogueira?

Antes de responder, permitam-me um desabafo: a ideia criativa da campanha - se de ideia criativa se pode falar - serviria para muitas outras marcas em muitas outras categorias de produto. OK, digamos antes que serviria para qualquer marca em qualquer categoria.

De modo que eu imagino as Produções Fictícias a agarrarem num story board e a proporem-no com ligeiras alterações a bancos, empresas de telecomunicações, grandes retalhistas, e por aí fora, até um deles morder o isco.

Estou a exagerar? Não me parece...

Logo, embora me pareça defensável argumentar-se que a comunicação da Super Bock estava a precisar de levar uma volta, é para mim muito difícil entender o que ganha a marca com isto - excepto o problema de saber como vai ser a continuação.

3 comentários:

hidden persuader disse...

Concordo plenamente! Sem querer parecer demasiado crítico, até porque acho saudável que haja mais um player no mercado (ainda para mais nacional),fico com a ideia de que as Prod. Fictícias têm um "template criativo" suficientemente elástico para caberem lá todas as categorias de produtos e serviços. O tom e o registo parece ser sempre o mesmo, só muda o packshot final.
Aliás, a campanha para o banco BIG (do qual sou cliente) é verdadeiramente sofrível e um tiro no pé em termos de estratégia de comunicação (se é que a há!?).

Rosa Cueca disse...

Pessoalmente não gostei desta campanha...
Gosto do Bruno Nogueira, ok.
Agora...as Prod. Fictícias estão a ficar o verdadeiro ícone do "popular" publicitário...Tudo gosta de usar as expressões, e a maneira de falar e a maneira de gesticular e etc...
A originalidade é que se perdeu, pelo menos para os que já conheciam trabalhos anteriores.
Esta campanha não me diz nada e certamente não me vai fazer comprar; eu faço parte do target da superbock.

João Lúcio disse...

A única coisa que pode sair daqui é o "perfeita, perfeita" vir a cair nas graças de muita gente. Melhor se for a frase completa, com "SuperBock" ao barulho, algo como o "novidades só no Continente" que ainda hoje se ouve. Agora, realmente, aquilo dá para vender tudo e mais alguma coisa e não tem nada a ver com a publicidade da SuperBock que nem sempre era grande coisa, mas por manter sempre a mesma linha, mesmo as piores fases acabavam por marcar ao ficarem coladas às fases melhores. Se é que isto tem alguma lógica...
Agora esta coisa é má e não tem rede de segurança nenhuma.