26.4.06

Planos de meios

O que faz um hotel lisboeta (o Fénix) entender que a melhor forma de conseguir clientes é embrulhar autocarros da própria Grande Lisboa com a sua mensagem publicitária? Sinta-se em casa, dizem os autocarros. Pois é assim que se sentem as pessoas que vêem o anúncio a circular, mas para isso não têm ir para nenhum hotel: basta irem mesmo para casa.

O mesmo padrão de bom senso é o que deve ter levado o Instituto de Prevenção de Acidentes de Trabalho (se o nome não for esse é equivalente) a lançar uma campanha de sensibilização para os tais acidentes usando spots de rádio. Quantas das pessoas que vão no seu carro a ouvir a TSF são um grupo de risco para acidentes de trabalho? Mesmo no caso remoto de lhes acontecer um – sei lá eu, derramarem o café a escaldar no colo de uma cliente, ou ficarem presos no elevador do escritório com um colega mal desodorizado – a dita “sensibilização” ter-lhes-á servido para quê?

Este último caso é mais grave, porque o brilhante plano de meios provavelmente foi pago com o nosso dinheiro. Aquele dinheiro público que não há, e que por isso nos tem que ser arrancado à força de aumentos de IVA e assemelhados.

2 comentários:

Consumering disse...

Tal e qual os outdoors da vini portugal (vinho portugues, um segredo por descobrir) espalhados por Lisboa, onde há montes de gente que não sabe que em Portugal se faz vinho.
É o planeamento de meios feito para impressionar o chefe.

S. disse...

O cliente é um bicho estranho...