17.12.06

Greatness by Neil French
Entrevista a David Ogilvy

A entrevista é interrompida abruptamente a meio. Ainda assim, pareceu-me interessante inseri-la aqui, porque foi a única que encontrei no YouTube.

(Sim, é verdade: no fundo, ao cabo de tantos anos, continuo a ser um ogilviano.)

10.12.06

Será o marketing uma panaceia?

Obviamente que não – na medida em que nada o é.

Não vai ser o marketing a evitar um tsunami, por exemplo. Mas, para tudo em que o trabalho humano faz diferença, uma pequena injecção de bom marketing é quase sempre o que falta para que de cada esforço resulte mais felicidade.

E isso não vale só para as empresas com um departamento de marketing no organigrama. O Henrique Agostinho tem demonstrado, no Diário Económico e no consumering, que também valeria para Portugal. Um melhor marketing (que para ele, com toda a razão, equivale a menos, muito menos marketing do que se tem feito) significaria mais exportações, mais empregos, mais riqueza para si e para mim.

Mas o que é verdade para as empresas e os países também é verdade para qualquer cidadão na rua. Há uns dias, deixaram-me na caixa de correio um daqueles cartõezinhos do electricista/marceneiro/pintor do bairro. Marketing um bocado básico, não é? Mas eficaz – como se verificou logo no dia seguinte: tive um problema com a canalização e a primeira coisa que me ocorreu foi ligar para o sr. Lindolfo, o dito faz-tudo. Grande azar: canalizações era a única especialidade que ele não tinha. Pediu desculpas, agradeceu o telefonema e desligou.

Mau marketing. O que ele devia ter feito: 1. anotar o meu nome, morada e telefone; 2. ligar para um colega canalizador e mandá-lo a minha casa no mesmo dia; 3. telefonar depois, para ver se correra tudo bem; 4. de posse do meu nome e morada, mandar-me um cartão de boas festas por estes dias, para eu nunca mais esquecer que ele existe.

Ganhava eu, porque tinha o problema resolvido. Ganhava o colega, porque tinha trabalho. Ganhava o sr. Lindolfo, porque ia ter em mim não só um cliente para a vida, como alguém que o recomendaria entusiasticamente na primeira oportunidade.

O que o sr. Lindolfo teria feito nesse caso era partir da sua acão de acquisition marketing via dropmail para uma lógica de loyalty building: primeiro com o cross selling através de uma joint venture, depois com o database marketing como base para o customer relationship marketing.

Como o budget do sr. Lindolfo não dá para essas palavras importadas, ainda bem que ele não ia precisar delas. Aliás, não precisava nem sequer da palavra marketing. Uma atitude de marketing chegava e sobrava.