Por uma vez, o nosso Alegre deputado e poeta tem razão. A campanha pelas "novas oportunidades" é arrogante, preconceituosa e denota bastante falta de tacto, ao desqualificar o próprio target que pretende atingir. E cai particularmente mal numa altura em que tanto se discute a importância de ter ou não um bom diploma. Pelos vistos, não é algo que impeça ninguém de se tornar uma celebridade nacional - mesmo que não jogue futebol, não seja estilista nem trabalhe na televisão.
6 comentários:
Essa foto é boa. Mas no outro dia tropecei num post com uma bem melhor.
Em relação à campanha em causa, não me choca assim tanto. Não me parece que desqualifique o target. Incomoda e provoca. Desqualificar não desqualifica.
Penso que é uma forma corajosa de levar as pessoas a olhar para as suas vidas e elevar as suas expectativas. Por vezes, pôr o dedo na ferida ajuda lembrar que a temos.
Um grande parte do target aprendeu muita coisa na chamada escola da vida. Esta campanha mostra-lhes que pegando nessa aprendizagem podem evoluir ainda mais. Que estudos fazem a diferença no mundo das oportunidades e que, aliados à experiência profissional adquirida ao longo dos anos, podem de facto levá-los à profissão 'de sonho'.
A história do diploma do PM, já enjoa. Se se falasse tanto sobre a economia e competitividade do país não estaríamos com o país no estado que está.
Concordo com tudo o que diz Morph.
Alegre é oposição interna a Sócrates e é um dos deputados mais anquilosados do PS. Utiliza o mesmo raciocínio demagógico utilizado pelo PCP, não há pachorra.
E é gritante que às vezes, a melhor estratégia é por o dedo na ferida, isso não há dúvida. Não é com falinhas mansas que alguém se apercebe que pode e deve voltar a estudar.
Tentar criticar este Primeiro Ministro por falha de comunicação... é peregrino. Já está mais do que evidente que estamos diante de um PM que percebe ou percebem por ele de marketing...
E ainda bem que é assim. Aturar um líder sem marketing é angustiante.
Edie Falco
Hoje vi a campanha com mais calma.
Concluo que a falha é da agência.
Criativamente, o conceito, que não é mau, está entretanto mau resolvido. Dá uma grande volta para passar a mensagem.
Como é uma campanha estatal, deve ter sido confiada a estagiários. O trabalho com certeza foi feito a 3 pancadas. Deve ser porque é pago pelo contribuinte, e em Portugal não se dá valor ao que é pago pelo contribuinte. O Estado é sempre visto como uma mula a ser chulada até o tutano.
Repito, o conceito não está mal, está mal realizado.
Como está, passa a ideia de que Judite realmente não estudou. Então, na foto é gritante. Nada diz ali que ela não se encontra num estúdio de TV.
Enfim, mais uma vez o Estado foi mal assessorado. Procuraram a agência errada.
Edie Falco
Só mais uma coisa: há que resguardar a figura do Primeiro Ministro. Criticar uma campanha publicitária do ministério da educação utilizando uma foto do PM, não é adequado. Antes arrisca ser percebido como mau intencionado.
Do que mais vão acusar Sócrates?
Embarcar numa campanha inquisitória de tentativa de assassinato político do PM, como foi a que o país teve de assistir nas últimas semanas, no mínimo... é propaganda.
Bater num homem ferido não é com certeza um tema bem escolhido. Desculpem lá a crítica.
Edie Falco
Curiosamente não percebi a mensagem correctamente quando vi o anúncio de tv do Pedro Abrunhosa. Fiquei com a sensação que estavam a dizer que o Abrunhosa não tinha estudos e que foi trabalhando em áreas satélites à música até ter tido uma oportunidade de subir a um palco.
Depois, graças à repetição publicitária, apercebi-me que estavam a representar uma realidade alternativa caso ele não tivesse estudado.
Hoje quando li a versão imprensa, fiquei com a sensação que esta campanha se dirige exclusivamente para estudantes, apelando a obter mais informações na "tua escola".
Parece-me que quiseram fazer duas campanhas numa só. As mensagens a transmitir aos estudantes são um pouco diferentes de transmitir à população activa. O projecto do governo contempla os dois casos.
Talvez merecesse uma ligeira adaptação quando queriam comunicar com os jovens.
Mas sem dúvida, o conceito é válido enquanto os argumentos do deputado Manuel Alegre não o são.
Agora o Bloco de Esquerda veio pegar na campanha, adaptando-a a um cenário de licenciados desempregados. Embora nesse caso não me pareça que o ataque seja dirigido à campanha mas sim ao governo (e aos patrões que preferem pessoal menos qualificado e mais 'barato' deixando os licenciados e qualificados sem lugar no mercado.
Caro Morph
Também caí no mesmo erro de interpretação.
Falta ali trabalho.
Edie Falco
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