Al Ries sustenta que o iPhone da Apple será um fracasso e explica-nos porquê.
O seu raciocínio assenta na teoria do posicionamento por ele proposta há mais de 35 anos e conduz em linha recta à condenação das chamadas estratégias de convergência, ao que se diz uma consequência inevitável da digitalização dos artefactos.
Eu tendo a concordar com Ries: a experiência mostra-nos que a divergência se sobrepõe quase sempre à mirífica convergência propagandeada por tecnólogos e engenheiros com escasso entendimento do modo como pensam e agem os consumidores.
Chamo a atenção para a coragem que Al Ries revela ao arriscar um prognóstico tão taxativo. Se ele estiver errado, todos o saberemos em breve.
É esse um dos aspectos mais positivos da teoria do posicionamento tal como foi desenvolvida por Ries e Trout (há outras versões, a meu ver menos convincentes): ela faz predições claras, susceptiveis de serem confirmadas ou desconfirmadas. Oxalá houvesse mais teorias desse tipo na área do marketing.
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Há 3 anos
4 comentários:
Tenho uma enorme admiração por Ries e pela teoria do posicionamento, mas a sua negação radical da convergência nem sempre me convence. Afinal, neste momento não estou a escrever na minha máquina de escrever (embora ainda seja desse tempo). Ela convergiu com o arquivo de papeis, a calculadora, o álbum de fotografias, o retroprojector e muitas outras coisas no meu computador. E faz tempo que não vejo um despertador. O meu é o meu telemóvel, onde também convergiram com o telefone o gravador de mensagens, a agenda pessoal e o post it.
A verdade é que algumas das promessas mais espectaculares em matéria de convergência falharam, como diz Ries, mas outras foram discretamente acontecendo.
Eu também prefiro cada aparelho para a sua função, mas o iPhone, para o mercado, não é um aparelho de convergência. É um iPod com um ecrã grande e uma interface fantástica, com acesso à net e que, por acaso, faz chamadas. Não é caro (os primeiros iPod custavam o mesmo), especialmente para o que oferece, e vai ser um sucesso.
A questão é que o iphone vai ser um sucesso pois posiciona-se, seguindo a teoria brilhante do posicionamento, como sendo um completo communication center. O equity da Apple enquanto marca suporta o produto. Mais. O sucesso do Ipod garante a continuidade. E as novas tendências sociais e comerciais são sintoma de que a convergência divergente tem sucesso. Digo eu...
Desculpem o quase "off-topic" mas nao consigo ler o artigo do Sr. Ries. Registei-me mas mesmo assim o artigo não é de livre acesso. Alguma ideia?
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