8.6.04

Super-Rock Super-Sagres?

Um amigo meu é de opinião que cada euro gasto pela Sagres a patrocinar concertos rock se traduz num ganho imediato para a Super Bock.

Porquê? Porque, na cabeça dos consumidores, a associação entre rock e Super Bock tornou-se tão forte que a mera referência ao primeiro despoleta a memória da segunda.

Eu tendo a concordar com ele. Sempre que peço aos meus alunos para escreverem numa folha de papel o que lhes vem à cabeça quando pensam em Super Bock, ocorre-lhes o rock. Sempre que lhes proponho um exercício similar para a Sagres, ocorre-lhes o futebol.

Isso sugere que, mutatis mutandis, se a Super Bock investisse no patrocínio do futebol, o benefício iria direitinho para a Sagres.

É extremamente difícil levar os consumidores a associarem uma ideia a uma marca (por muito simples que ela seja) em categorias de baixo envolvimento. Porém, uma vez que essa associação seja criada, será ainda mais difícil desfazê-la.

Deveríamos considerar esta uma lei imutável do marketing.

3 comentários:

hidden persuader disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Consumering disse...

Uma das primeiras coisas que aprendi foi: "não há nada mais triste que um filho a bater na mãe"
Querendo simplesmente dizer que se é uma coisa não se queira ser outra diferente.
Mas os travestis das marcas acham que:
- Uma marca deve estar associada a todos os valores
- Quando se tem uma associação se deve procurar outras
- Para vender mais de uma coisa se tem de vender mais coisas
etc etc.
Quando é que os gestores vão aprender que, para vender algo, têm de fazer esse algo melhor do que a concorrência?

hidden persuader disse...

Hoops inadvertidamente acabei de apagar o meu comment!? Quanto à discussão de ideias, pois a mim parece-me puro senso comum, mas não uma prática comum. Existem marcas que insistem constantemente em seguir estratégias 'me-too' doa a quem doer. A Super Bock foi a 1ª a criar a associação música-festivais-cerveja, o que dado tipo de evento, target, ambiente/experiência parece-me perfeitamente natural. No entanto agora temos bancos, operadoras móveis, etc. tudo a querer investir nessa mesmo tipo de eventos com olho no retorno que julgam poder tirar partido de. A Optimus foi a 1ª a apostar num nicho de tipo de música (hype@meco) interessante, no entanto agora optou por criar uma associação monopolizante da maioria dos restantes festivais de Verão (Sudoeste, VIlar Mouros). Uma boa estratégia?