Os bancos de imagem devem ser um dos melhores negócios que se desenvolveram nas últimas décadas, em torno da actividade editorial e publicitária. Não faço ideia dos números, mas só podem ser gigantescos. Principalmente a partir do momento em que se passou a poder pesquisar, escolher e encomendar fotos e ilustrações via internet.
Do ponto de vista da qualidade criativa, a generalização do recurso aos bancos de imagem tem um lado bom e um lado mau.
O lado bom é a conveniência, a rapidez e a diminuição do risco para quem cria e para os anunciantes.
O lado mau é a conveniência, a rapidez, a diminuição do risco para quem cria e para os anunciantes.
Por causa da conveniência e da rapidez, a maior parte dos directores de arte passou a ilustrar as suas ideias com fotos reais, em vez de ilustrações. Como consequência, muitos clientes deixaram de aceitar qualquer outro tipo de maquetização – simplesmente, não conseguem ou não se querem dar ao trabalho de imaginar como vai ficar aquele rough ou maquete quando se transformar numa foto. Isso, por sua vez, leva a que muitos criativos passem a só apresentar ideias que consigam maquetizar com fotos já existentes. O que ajuda a que tantos anúncios tenham não só a mesma cara, como a mesma falta de originalidade – uma vez que são concebidos em segunda mão, a partir de uma ideia qualquer de um fotógrafo qualquer, que não leu o brief: limitou-se a pensar numa situação vulgar o bastante para ser usada em qualquer campanha, para qualquer brief.
Tudo isso naturalmente diminui os riscos. O risco, por exemplo, de se fazer uma foto muito diferente da maquete. Assim como o risco de propor ou aprovar uma ideia e um estilo realmente originais.
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Há 3 anos
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