Uma das três empresas de telecomunicações com quem trabalho - é verdade, é verdade, estou a tornar-me sofisticado - resolveu escrever-me.
E que diz ela?
Curiosamente começa com uma pergunta: «Em que horário faz mais chamadas? À tarde? À noite? Fala muito para o estrangeiro?»
(Tem graça, eu julgava que eles sabiam isso melhor do que eu. Afinal, têm aqueles computadores poderosíssimos a registar todas as nossas chamadas.)
Em seguida, continua assim: «Convidamo-lo desde já a subscrever a nova campanha Fim-de-Semana, em que, por apenas 3,9 € por mês, fará todas as chamadas locais, regionais e locais na rede X que lhe apetecer, aos Fins-de-Semana e Feriados Nacionais durante todo o dia».
E convida-me a consultar os planos alternativos em anexo. Eu viro a página, encontro a habitual confusão de planos tarifários e, incapaz de perceber se de facto vou ganhar alguma coisa e que alternativa mais me convém, desisto de ler o resto e deixo-me ficar como estou.
Eis um exemplo de serviço mal feito. O que eu esperaria era que a empresa pusesse os computadores a trabalhar para me simplificar a vida. Faziam as contas todinhas e então - e só então - escreviam-me uma carta a dizer:
«Senhor fulano de tal, analisámos o padraão das suas chamadas e resolvemos fazer-lhe uma proposta vantajosa. Tendo que gasta actualmente x euros em chamadas ao fim-de-semana, poderá vir a poupar y se aderir a esta proposta.»
E pronto: simples, prático e rápido. É a isto que se chama marketing one-to-one, uma coisa que funciona em toda a parte, menos em Portugal.
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Há 3 anos
2 comentários:
Uma vez discuti uma ideia semelhante, mas nem é preciso um mailing específico. Porque não colocar os computadores a funcionar para depois fornecer a informação nas próprias facturas? Bastava adicionar uma tabela com os vários planos disponíveis e o valor que gastaríamos se tivessemos cada um deles. Ao fim de dois ou três meses podiamos tirar conclusões sérias de qual o melhor plano para o nosso caso.
Mas, claro, que isto de pôr tudo "preto no branco" é muito bonito de dizer, mas fazer está quieto.
Os poderosissimos computadores tem limites e como os operadores "classicos" sofrem de diarreia de tarifários isso impede-os de fazer uma proposta honesta. Resultado, lançam mais tarifários que não sew sabe para o que servem.
O único operador que se dedicou a sério a este serviço foi a Oniway, mas foi travado na secretaria nunca se saberá como é o que o mercado reagiria a um "tarifário inteligente" como o sugerido neste post.
Resultado: mais de 3/4 dos clientes não sabe o tarifário que tem nem quanto paga. Nas telecomunicações (excluindo a tele2) simplesmente não há marketing, nem do 1to1, nem do outro, daquele que procura angariar clientes dando-lhes algo que eles querem.
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