9.10.05

Mais uma marca que vai ao ar



Porque é que a TMN decidiu mudar de logotipo? O que é que havia de errado com o antigo? O que é que o novo traz de novo? Que contribuição dá ele para a consolidação e reforço da marca? O que é que o negócio da TMN vai ganhar com isso?

Confesso que não percebo.

Em particular, não entendo esta mania que as empresas portuguesas parecem ter de deitar fora o que têm e recomeçarem tudo do princípio. Pensem na quantidade de empresas que, para além da TMN, têm feito isso nos últimos tempos: BCP, EDP, e por aí fora.

Agora, tentem imaginar a Coca-Cola, a Shell ou a Citroen a fazerem a mesma coisa. Impossível, não é?

Que espécie de confiança têm as pessoas no poder milagroso da transformação gráfica de um logotipo para se predisporem a gastar fortunas nestes exercícios?

A identidade gráfica não tem o poder de alterar a imagem de marca ou de tornar mais atraente o seu posicionamento. Na minha opinião, tudo o que podemos pedir à identidade visual é que crie um quadro estável e coerente, no qual a marca possa afirmar-se e evoluir. Mas trata-se da forma, não do conteúdo.

Note-se, porém, que se o logo é completamente refeito com grande frequência, destrói-se a tal identidade que, precisamente, se procura criar, desestabilizam-se as percepções e enfraquece-se o poder aglutinador da marca.

Cá fico curioso à espera de saber mais sobre os fundamentos de marketing desta decisão.

2 comentários:

Consumering disse...

ainda este ano a TMN gabava-se de ter sido eleita a "marca mais valiosa de portugal", valendo qq coisa como o pib combinado da CPLP (segundo a metodologia da interbrand que usa análises ao cotão recolhido do umbigo dos CEOs) vai daí, resolvem deitar tudo fora. é coerente, se não for então até já.

Cafeteiro disse...

Posso concordar com algumas coisas aqui ditas, até porque não estou a seguir de perto esta acção de rebranding da TMN. No entanto é importante referir, que marcas como a Coca Cola, teem vindo a alterar a sua identidade grafica ao longo dos anos. Por outro lado, é enevitavel que assim seja, isto em empresas de dimensões elevadas, pois o que acontece é que o periodo que estas estão presentes no mercado é muito elevado, e a isso exige um update da imagem e do posicionamento. Empresas como a Macdonalds, também o fizeram, embora por razões completamente diferentes (habitos alimentares mais saudaveis), mas tudo isto com a finalidade de alcançar objectivos a longo prazo.
Por outro lado, a marca TMN continua lá, não foi simplesmente deitada fora, o que realmente acontece, é que na optica dos profissionais da TMN a marca foi apenas para um SPA, e veio de lá totalmente revitalizada, e com uma nova maneira de estar no mercado.
As marcas são como as pessoas, crescem e modificam o seu caracter ao longo da sua vida. A vida é cheia de experiencias, e como tal uma marca também as vai tendo, algo que tem obrigatoriamente que ter impacto nos seus valores e imagem grafica ao longo dos tempos. Errado será estar constantemente a modificar os seus valores e a reposicionar-se no mercado, pois isso demonstraria que a marca seria "insegura", e que não sabia exactamente o que queria, logo não inspiraria qualquer tipo de confiança.
Quanto ao facto da nova imagem girar em torno de emoções, parece-me inevitavel, pois no mercado actual das telecomunicações a diferenciação a nível de materiais e preços é cada vez mais impossivel dado o elevado grau de competitividade, o que só deixa um escape para as marcas se diferenciarem, ou seja a incursão pelos valores intangiveis, que apelam ao tão querido por todas as marcas "Living the Brand"