Nos inícios do século XIX, as paredes de Londres estavam tão repletas de cartazes publicitárias que o município, para dissuadir a prática, resolveu taxar a sua afixação.
A dupla penalização da taxa e da saturação do espaço estimularam a invenção dos cartazes ambulantes.
Tendo dado as suas provas, o novo meio foi em breve adoptado para iniciativas de marketing político e marketing cultural, conforme ilustrado na gravura seguinte, onde são anunciadas eleições e exposições artísticas.
De início, os transportadores dos cartazes vestiam-se com elegância ou até de forma espampanante para atraírem as atenções do público. Alguém descobriu, porém, que poderia baixar o preço do espaço recorrendo e indigentes, sem que isso afectasse visivelmente o impacto da publicidade. Esta gravura retrata a evolução. (Notem que o homem-sanduíche - outra inovação da época - anuncia Vinho do Porto.)
Cartazes ambulantes parados não permitiam tirar todo o partido da especificidade do meio. Que tal organizar paradas precedidas de uma banda a tocar em cima de um carro? O Weekly Chronicle recorreu à técnica para tentar aumentar a sua circulação, oferecendo uma gravura grátis do balão Nassau.
Mais fanfarra, cada vez mais gente, e uma novidade: latas ambulantes, para anunciar o Bells Weekly Messenger e o Almanaque que oferece na compra da sua próxima edição.
A escala das operações continua a aumentar. A foto seguinte mostra 30 homens-sanduíche alinhados em Birmingham para promover uma marca de tabaco.
As paradas tornaram-se uma forma cada vez mais popular de fazer publicidade, provocando grandes congestionamentos urbanos. Queixava-se a revista Punch:
"Go where you will, you are stopped by a monster cart running over with advertisements, or are nearly knocked down by an advertising house put on wheels, which calls upon you, when too late, not to forget 'Number One'"
Em 1853, as paradas de carros publicitários foram proibidas de vez.
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Há 3 anos
1 comentário:
Fanfarra, paradas, homens sandwich, latas com pernas... o mínimo que se pode dizer é que a publicidade no Sec XIX era uma alegria. Até que "encheu o saco".
E hoje?
"- 85% of women today claim brands still don't understand them, and most are annoyed by brand messages, according to marketing consultancy WomanWise.
- 79% of American men say they can barely recognize them selves in advertisements, according to agency Leo Burnett.
Isn't it remarkable that the millions of dollars spent on market research end up resulting in advertising and marketing campaigns that, in the main, don't resonate with either sex?" pergunta Sandra J. Blum, da revista Dynamic Graphics.
Sinal (fim) dos tempos.
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