24.2.11

Dívida e comunicação


Há tempos, o economista Pedro Lains contou no seu blogue ter recebido um telefonema de uma agência de rating a pedir-lhe informações sobre a economia portuguesa.

No final, solicitação-lhe documentação que considerasse útil para entender melhor a situação, acrescentando porém que teria que ser em inglês, única língua que compreende.

Quem meditar um pouco sobre este caso rapidamente concluirá que, não dispondo os agentes intervenientes no tal "mercado" da dívida das necessárias competências linguísticas, é muito provável que recebam informação no mínimo enviezada e que, por decorrência, comunguem de uma exagerada percepção do risco de conceder crédito a Portugal.

Isto passa-se tanto connosco como com a generalidade dos países. A diferença é que, por cá, nem as consequências disso são entendidas nem se faz algo relevante para enfrentar o problema.

Não assim, em Espanha, cujo governo há meses criou o site "The Spanish Economy", vocacionado para explicar em língua de gringo o que os gringos que influenciam os mercados da dívida acham que precisam de saber.

Seria assim tão difícil fazer-se cá uma coisa semelhante?

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