Todos os dias recebo por email na Ology umas quantas mensagens comerciais, mas é cada vez mais raro encontrá-las na caixa do correio.
Com frequência escuto anunciantes argumentarem que, sendo muito mais barata a comunicação directa digital, não fez sentido gastar-se dinheiro em papel e portes postais.
Adivinhem então quem é que me fez chegar esta semana uma mensagem em papel, envelopada em papel e distribuída pelos obsoletos correios de sacola às costas?
Pois é: nada menos do que o Google em pessoa, convidando-me a retomar o meu investimento regular no AdWords e aliciando-me com uma oferta de espaço grátis se a utilizar dentro de certo limite temporal.
Por que farão eles isso? Acaso não estarão informados de que existe uma coisa chamada internet, por meio da qual é possível endereçar publicidade baratérrima a quem quer que possua um endereço de email?
Eu apostaria antes noutra explicação. Eles sabem que, sendo embora incomparavelmente mais barato, o email tem todavia as desvantagens da banalização e da irrelevância, do que resultam taxas de resposta centenas ou milhares de vezes mais baixas.
Quanto mais se vulgariza o email e se entopem as caixas de correio electrónicas, mais valioso se torna o canal de direct mail tradicional.
O papel tem um peso simbólico incomparável. Impõe a sua presença e exige atenção.
Quem recebe uma comunicação em papel nos dias que correm, sabe que o emissor investe a sério na criação ou consolidação de um relacionamento com o destinatário. Por isso, em vez de disparar milhões de emails a ver se pega, não hesita em gastar dinheiro de verdade para atingir os seus propósitos.
Deixemos o vápido email aos amadores. Os direct marketers que se prezam não desistirão tão cedo de recorrer aos suportes físicos para chegarem à fala com os seus clientes.
Será isto tão difícil de entender?
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Há 3 anos
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