Caro JPCSe bem entendo, o que o nosso comentador no essencial pretende dizer é isto:
Talvez as respostas que procuras estejam nos resultados alcançados recentemente pela marca TV CABO.
Em vendas, no valor da marca (recente estudo Interbrand), em notoriedade,e até mesmo, falando neste caso especifico do casting das 3 meninas, na mediatização gratuita obtida antes e depois desta acção. De resto, estamos a falar sempre do mesmo,ou seja, o filme é mau , não gostamos , somos sempre capazes de fazer melhor, tudo o que é feito por outras agencias que não a minha é fraco!
Acho que como mentor de um blog como este deverias tb pensar que existem estratégias idealizadas e implementadas, e que existem agencias e clientes que o fazem. Podes como é obvio discutir,contestar,criticar essas estratégias, mas gratuito,gratuito, é fazer comentários gratuitos como o último paragrafo do teu comentário.
1. A prova de que o spot não é tão mau como eu pretendo é que, afinal, até tem resultados para apresentar.
2. A referida campanha foi guiada por uma estratégia, que eu não entendi.
Quais são, então, os resultados da campanha? Segundo ele, o "valor da marca" (medido pela Interbrand), a "notoriedade" e a "mediatização gratuita".
Vamos por partes. Antes de mais, mediatização gratuita não é um objectivo, mas um meio para atingir coisas como notoriedade, posicionamento, imagem de marca, etc. Além disso, a mediatização pode tanto ser desejável como indesejável: os McCann, por exemplo, começaram por beneficiar com a primeira, sofrem agora com a segunda.
Passemos então à notoriedade e ao valor da marca.
No último ranking de marcas portuguesas divulgado pela Interbrand, a TV Cabo encontra-se classificada em 10º lugar, acompanhando no Top 10 outras marcas adoradas por todos nós, como, por exemplo, a PT, a EDP e a Brisa.
O que mede ao certo o rating da Interbrand? Como é ele calculado? Imagino que o "anónimo" não sabe.
Deixemos, no entanto, para outra oportunidade a discussão do ranking da Interbrand, e admitamos que, efectivamente, a TV Cabo tem elevada notoriedade e elevado valor de marca. A pergunta que devemos fazer é esta: de que modo é que a publicidade da marca em geral, e em particular a campanha que aqui estamos a discutir contribuiu para isso?
Nem a notoriedade nem a imagem de marca (que o nosso crítico manifestamente confunde com o dito "valor da marca") são construídas exclusiva ou sequer principalmente através da publicidade. Muitas marcas que praticamente não fazem publicidade disfrutam de excelentes índices de reconhecimento e prestígio. É, por exemplo, o caso da Google.
O factor mais importante na criação de notoriedade é o uso. Logo, uma marca muito usada é ipso facto uma marca notória. Como a TV Cabo não tem concorrência em muitas zonas do país, está na casa de toda a gente que tem acesso à televisão através do cabo, e, por isso mesmo, disfruta entre elas de uma notoriedade a rondar os 100%. Grande coisa!
Conclusão: não faz qualquer sentido que a notoriedade seja um objectivo essencial da comunicação de marketing da TV Cabo.
Resta, por último, a questão da imagem de marca. Embora eu não acredite nisso, não vou perder tempo a questionar a alegada força da marca TV Cabo. A única coisa que pergunto é: como se sabe que ela foi consolidada ou melhorada pelo spot de recrutamento de três carinhas larocas? A única forma de avaliar o seu impacto consistiria em medir o sentimento público antes e depois, e verificar se tinha havido evolução.
Terá o meu crítico esses dados? Seria excelente que quisesse partilhá-los connosco para podermos todos aprender qualquer coisa.
Mas eu confesso que ficaria surpreendidíssimo se a simpatia do público tivesse aumentado em virtude da campanha, porque ela não contribui de forma alguma para reforçar as eventuais percepções positivas da marca ou desfazer as negativas que todos nós conhecemos.
O comentário a que estou a responder assegura, é certo, que a campanha tinha uma estratégia. Mas eu não descortino nenhuma, e ele não teve a bondade de nos esclarecer...
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