A Ogilvy Direct da África do Sul, à data dirigida por Joost van Nispen, que mais tarde me relatou este episódio, foi em tempos contratada por um banco local para promover um novo fundo de investimento.
Como o produto se dirigia a uma vasta clientela potencial de todas as idades, a agência propôs um mailing que comunicava de forma diversa com cada um dos sub-segmentos etários a atingir.
Assim, aos mais jovens, a carta dizia: «Tem toda vida à sua frente, chegou o momento de pensar o que quer fazer com ela». E, aos clientes de idade mais avançada, eventualmente já perto da reforma, recomendava: «Sei que é uma pessoa madura, que não necessita dos meus conselhos. No entanto, gostaria de sugerir-lhe...»
Campanha aprovada e produzida, mailings a saírem rapidamente para a rua -- tudo perfeito, portanto.
Eis senão quando a agência se apercebe de que houve um erro, um estúpido e imperdoável erro: o mailing dirigido aos clientes mais jovens foi parar aos mais velhos e vice-versa. Sem perder tempo, a agência informou o banco do sucedido, mas não conseguiu evitar ser despedida na hora.
Novo golpe de teatro. Logo que começam a chegar as respostas torna-se evidente que a campanha é um extraordinário êxito. Surpresa das surpresas, as mais elevadas taxas de sucesso registam-se entre os segmentos extremos dos clientes mais jovens e dos mais velhos.
A razão? Muito simples: imaginem como reage um jovem a quem alguém diz que é uma pessoa madura que não necessita de conselhos, ou um cidadão sénior ao qual afirmamos que tem toda a vida à sua frente.
Embora por engano, o que esta campanha fez foi dizer a cada target exactamente o que ele queria de ouvir.
Extraordinária lição de comunicação, não acham?
Visit me at armandoalves.com
Há 3 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário