Sensibilizar é a grande receita nacional para todos os problemas que afligem a pátria.
Sensibilizar as donas de casa para a separação do lixo, sensibilizar os jovens para o perigo da SIDA e para a actualidade do 25 de Abril, sensibilizar os cidadãos para a importância de votarem nas eleições europeias, sensibilizar os veraneantes para a protecção da floresta, sensibilizar os trabalhadores para a competitividade das empresas portuguesas, sensibilizar as crianças para a protecção das espécies ameaçadas.
Meio mundo tenta sensibilizar o outro meio, e os grandes sensibilizadores profissionais são os jornalistas, que diariamente desenterram no telejornal das oito mais uma mão cheia de causas que prometem salvar a humanidade da catástrofe iminente.
Infelizmente, estes beneméritos esforços esbarram invariavelmente em dois obstáculos de monta. Por um lado, com tanta gente a sensibilizar, os seus esforços anulam-se mutuamente. Em segundo lugar, e mais importante ainda, as pessoas aprendem principalmente com a sua experiência e não com sermões.
Na ausência de planos de acção e de trabalho metódico, sensibiliza-se. Que é como quem diz: finge-se que se faz qualquer coisa.
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Há 3 anos
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