Um
artigo recentemente publicado na Advertising Age alega que os modelos matemáticos construídos por Duncan Watts (na foto) provam a inviabilidade do marketing viral.
Trata-se de um exagero.
Watts limita-se a desmistificar as falsas promessas de uma espécie de milagre da multiplicação dos pães em versão tecnológica. Além disso, o que
ele diz não envolve altas matemáticas, mas apenas simples aritmética que qualquer pessoa pode entender.
Ora vejam. A amplitude de difusão de uma mensagem depende de dois factores: o número de pessoas inicialmente impactadas e a sua predisposição para elas a passarem a outras. Quando se começa com um número muito pequeno de pessoas, é ínfima a probabilidade de que a mensagem chegue a milhões de pessoas.
É certo que por vezes isso acontece, mas nem é normal nem é possível prever quando o fenómeno ocorrerá. Raramente as pessoas e as empresas que uma vez tiveram essa sorte conseguiram repetir a proeza.
Logo, não se pode contar com o marketing viral para conseguir uma ampla cobertura do target.
Mas há uma alternativa que Duncan Watts recomenda. Se uma marca lograr atingir muita gente através dos mass media e em seguida completar essa campanha com uma acção de marketing viral, é muito natural que consiga duplicar ou triplicar a cobertura inicial, mesmo que a predisposição para passar a mensagem seja relativamente baixa. (É aqui que alguns cálculos matemáticos podem ajudar.)
Em conclusão:
1. O sucesso de uma campanha de marketing viral depende de muitos factores não controláveis. Supor que é a panaceia definitiva para os problemas de eficiência do marketing não passa de uma ilusão.
2. Dos dois factores que determinam o impacto final de uma acção de marketing viral (número de pessoas inicialmente atingidas e predisposição para passar a mensagem), apenas o primeiro é controlável pelo gestor de marketing.
3. Logo, a única forma de garantir o sucesso de uma campanha é adquirir espaço nos mass media em quantidade suficiente para atingir muita gente.
4. O marketing viral poderá em seguida ajudar a aumentar significativamente a eficiência da campanha nos mass media.
2 comentários:
Um dos melhores artigos (completo, relevante e insightful) que li até à data sobre marketing viral :)
http://www.adl.com/prism.html?&view=270
Bom artigo...!
Eu acho que o ideal é uma mistura de meios comunicativos para lograr uma efetividade nas mensagens a ser entregues.
Definitivamente o ATL, na sua maioria é de caracter invasivo, caro, e nem sempre a melhor opção. Pode que dé certo para dar a conhecer alguma marca em forma massiva por algun tempo, mas logo dessa etapa torna-se numa coisa antipática e barulohsa no meio dos outros milhares de mensagens invasivos.
Se calhar o ideal é atingir uma mistura equilibrada entre todas as opções que temos.
Eu acho que com uma base lograda perante o marketing viral, pode-se logo saltar ao mensagen massivo e ter uma base sólida para o conhecimento de uma marca.
Assim são, no começo, as "barras bravas" das equipes de futebol; assim começaram os fãs das grandes bandas de rock; assim foi no começo, a Internet; assim, se calhar, será o futuro do teu blog.
pd. Agradece-se, se não for mto chato, entrar no meu blog e dar uma ajudinha com a língua e as formas de apresentar meu cv português
;)
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