23.11.07

"Quero juntar-me à revolução!"

Comentário do Henrique Agostinho, retirado da respectiva caixa. Não corrigi as gralhas do texto, até por me parecerem óbvias.

(olá Gilson!)

Eu quero juntar-me à revolução!

Dois dos meus pet-projects-por-afinidade (tele2 e ActualSales) são sucessos demonstrativos da validade da resposta directa. No entanto o mercado continua surdo à razão e a premiar os feiticeiros da "geral".
Quantos de nós aqui têm Aston Martins na garagem? Pois os feiticeiros têem-nos.

O DO (mesmo fora de época) continua com razão:
- O mundo ainda se separa em resposta directa que é racional e economicamente relevante e a "geral" (criativa, design, experiencias) que se mantém vaidosa egoista e futil.
- Os da directa (eu) invejam a riqueza dos outros, da sua capacidade de vender ar e sonhos e gastar impunemente o dinheiro dos outros. Tanto invejam que os imitam, o nome relacional não é mais do que uma tentativa de parecer menos inteligente.
- A oportunidade é sempre boa (optima) para impor a razão porque as novas tecnologia (agora é a internet) são filhas da luz.

No entanto, mesmo o google compete com os passatempos online e a "online experience". Mesmo na internet a geral consegue criar as suas idioticas futilidades (como o second life) e facturar obscenidades.

Porquê? Porque é que eles não morrem? Porque é que eles ganham tanto dinheiro quando não dão nenhum a ganhar?

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Consumering,

Eu creio que a revolução já está em mais do que curso. Para o ilustrar, fica aqui um cliché eficaz: a marca Google já vale mais do que a marca da Coca-Cola. Mais revolução que isto, em menos de 10 anos...

Eu penso que hoje, mais que nunca os profissionais de comunicação e (de) marketing devem assumir um papel "evangelizador" – a bem da "revolução", cada um tem de fazer a sua parte –, apresentando outras soluções para os clientes... antes que seja tarde. Afinal, nunca houve tanta vida para além da televisão.

De certa forma, o mercado já está a fazer essa "evangelização". Cada vez mais há empresas especializadas (eventos, planeamento, web-design...). Consta que é um fenómeno mundial.
Uma conclusão possível é que os clientes estariam a se "evangelizar" antes do que as agências... acaba por ser mais rápido e produtivo falar com um especializado do que com um resistente, que continua a insistir no spot.

--

Não faz sentido a guerra AD/DM... perde sempre o cliente. O mercado deveria orientar-se antes pela eficácia. Se essa "guerra" ainda existe, é mau sinal.

Por outro lado, DM demanda um grau de sofisticação tal (da agência e do cliente), em termos de planeamento, criatividade, mecanismos de logística, armazenamento, captação de dados, execução de follow-ups, tratamento de informação, etc. que se calhar não há ainda, no nosso mercado, oferta de serviços suficiente que responda a isso (o que influi nos custos), excepto para grandes clientes. Será a eterna desculpa da falta de escala?

Quanto ao seu penúltimo parágrafo, tenho as minhas dúvidas: parece-me que o Second Life é direct marketing em estado puro, não? Tem a identificação do visitante, registo de comportamentos e captação de informação.
Já agora, não consigo imaginar nada que se passe na Internet que não seja uma acção de direct marketing.

Second Life é na verdade mais um programa da grelha, um entretenimento. Como uma novela ou um "Um Dois Três".

Deve ser uma boa oportunidade para divulgar marcas ou anúncios.

GL

Consumering disse...

Gilson, que optimismo!

A minha observação diz-me que na internet onde as potencialidades da resposta directa são infinitas a guerra do crescimento está a ser ganha pela "geral".

O second life per si não tem mal nenhum, verdadeiramente, zero. O que tem mal é haver empresas a gastar fortunas para ter aí presença, porque a mais breve analise económica demonstra esse gasto como irracional, porque a justificação para esse gasto é feita com base nas balelas irracionais tão caras à "geral".

Esse é o mal do second life é ser usado para fins anti-económicos. A internet (mesmo a 2.0) está embrenhada numa nova irracionalidade exuberante (uma bolha) e garanto que hoje em dia são aí mais vultuosos os gastos irracionais do que os razoáveis e económicamente justificados.
Tal como contrariaram a previsão de DO, os da geral tomaram de assalto também a internet. E eu sempre me pergunto, como conseguem?
A internet é um laboratório onde prospera a razão e o bom senso (ver ActualSales um modelo que não se via desde Claude Hopkins) mas também aí prospera a idiotice, a ignorância. Com marcas a gastar 2milhoes de euros/mês para venderem não mais de mil telemóveis.

como é que conseguem?

Anónimo disse...

Caro Henrique,

"O second life per si não tem mal nenhum, verdadeiramente, zero. O que tem mal é haver empresas a gastar fortunas para ter aí presença, porque a mais breve analise económica demonstra esse gasto como irracional, porque a justificação para esse gasto é feita com base nas balelas irracionais tão caras à "geral"."

Se é comprovadamente um investimento mal gasto, Henrique, eu creio então estarmos ou perante um caso de incompetência (?) da agência e do anunciante. Se calhar é por isso que há tantas contas a mudar de agência todos os anos. Ou empresas a mudar de directores de marketing.

"A internet (mesmo a 2.0) está embrenhada numa nova irracionalidade exuberante (uma bolha) e garanto que hoje em dia são aí mais vultuosos os gastos irracionais do que os razoáveis e económicamente justificados."

Será?... Terá a cerveja Foster errado em apontar todos os seus investimentos de publicidade, na Internet? Não terá hoje a Internet uma audiência muito maior do que se supõe, ou se afere? Eu só sei que hoje tanto eu como muita gente que conheço prefere estar a navegar na Internet do que ver televisão. Eu confesso não ter uma ideia formada sobre isso, pode ser que a sua dúvida faça todo o sentido.Teríamos de ter os números à frente.

"Tal como contrariaram a previsão de DO, os da geral tomaram de assalto também a internet. E eu sempre me pergunto, como conseguem?"

À partida, têm mais poder de fogo, têm uma abordagem mais "sexy" junto ao cliente e contam com a ajuda de algum "complexo de inferioridade" do pessoal do DM. Há mais um factor. Tal como a "geral" olha para a Internet como um novo território de caça sem entretanto saber – tão bem como os profissionais de DM – como explorar toda a sua potencialidade, muitas vezes contam com a mesma ignorância por parte dos clientes. Quando isso acontece, são dois "newbies" a atirarem-se a algo que às vezes não sabem bem como potencializar. Recentemente tentei participar (como consumidor) de uma promoção de uma famosa marca de fast-food, em que deveria validar pontos num site e, ao chegar ao site, não há qualquer explicação de seja o que for. Muito menos havia explicação no ponto de venda. Apenas um código no talão da caixa e um URL. Enfim, deduzi ser aquela esta uma acção feita sem grande conhecimento ou preocupação com detalhes que nunca passariam despercebidos a profissionais de DM ou de Promoção de Vendas. Este é apenas um; eu acredito que toda a gente conhece outros exemplos.

"A internet é um laboratório onde prospera a razão e o bom senso (ver ActualSales um modelo que não se via desde Claude Hopkins) mas também aí prospera a idiotice, a ignorância. Com marcas a gastar 2milhoes de euros/mês para venderem não mais de mil telemóveis.

como é que conseguem"

Há razões que a própria razão desconhece... entram aí muitas variantes...

Só para resumir, penso que a malta do DM está a perder o eléctrico da Internet, pelo menos em Portugal. Internet está a passar ao lado. Talvez quem esteja a liderar a Internet em Portugal sejam as empresas de Web. Mas são apenas conjecturas.

E insisto, muitos clientes ainda não sabem ou não acreditam no potencial da Internet (toda a gente conhece casos desses, gritantes). Os que sabem, às vezes não encontram o melhor interlocutor na sua agência, e acabam por contratar uma "especializada".

Bom Domingo.

GL

Anónimo disse...

Caro Henrique, envio aqui um link, atítulo de curiosidade:

http://ems6.net/a/?E=XTC-Y8Y-J15LC-DD-G4TO

Nada de mais, é uma newsletter espanhola sobre marketing digital que mostra um pouco do ponto de vista de nuestros hermanos.

Pode ser que tenha interesse.

GL

Consumering disse...

é isso, esquecer os milhares de razões frustrantes que permitem a manutenção da "geral" enquanto hobby caro e improdutivo. Concentrar energias em aproveitar as oportunidades online (ignorancias de todas as partes incluidas) para tentar influenciar o resultado final.