Mondovino, um filme que acabei de ver pela primeira vez na sua edição em DVD, poderia perfeitamente ser utilizado num curso de introdução ao Marketing para estimular a discussão de temas tais como:
Como é que uma perspectiva de negócio centrada nos gostos dos clientes se distingue de uma perspectiva baseada nas opiniões dos especialistas produtores? Podemos dizer que o mercado é dirigido pelos clientes quando eles se limitam a seguir as opiniões dos críticos que pontificam nos media? Em que circunstâncias é que o marketing pode tornar-se numa força negativa, e em que consiste precisamente esse elemento negativo? A globalização contribui para a homogeneização dos gostos e a eliminação da diferenciação dos produtos? É possível e aconselhável pôr em prática estratégias dirigidas para segmentos e nichos restritos nos dias de hoje? Como evoluíu o conceito de marca desde a invenção das regiões demarcadas até aos dias de hoje? Será que as marcas servem hoje principalmente o propósito de credibilizar artificialmente produtos medíocres? Faz sentido separar as marcas de vinho das culturas locais que estiveram na sua origem? Qual o papel dos prescritores na evolução do mercado dos vinhos? São esses prescritores de facto independentes dos produtores e dos consultores especializados? O que se perdeu e o que se ganhou com tudo isto? Qual o futuro do marketing no sector dos vinhos?
Como - apesar de o realizador propor um ponto de vista anti-globalização - o filme é suficientemente sério para apresentar as diversas facetas do problema, contém matéria-prima bastante para despoletar uma discussão aprofundada sobre estes e outros temas.
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