Este sábado fui ver Caetano Veloso cantar em Oeiras. Mesmo para mim, fã incondicional, não foi um show memorável - mas a presença dos patrocinadores conseguiu sê-lo menos ainda. Embora fosse um deles a Caixa (o outro era a Meo, creio eu), certamente não teve o efeito de me tornar mais “fã”.
Lembro-me que à entrada havia umas meninas de preto a distribuir umas bolsas, muito apreciadas e imediatamente esquecidas. Para mim já não havia nenhuma, mas acudiu outra menina de preto e deu-me um chocolatinho. Não sei em nome de quem, nem por quê. Comi o chocolatinho. Estava bom.
Enquanto o show não começava, os ecrãs ao lado do palco passavam imagens de anúncios, sem som e sem que ninguém as notasse. Mas depois foi pior. Mal o artista saiu de cena, e ainda com os aplausos a pedir-lhe que voltasse, dispararam as colunas a berrar publicidade, destruindo qualquer clima que o espectáculo pudesse ter criado.
Tudo isso terá custado dinheiro à CGD e à Meo, e pergunto-me o que ganharam em troca. Não sei se isso os preocupa. A mim, no lugar deles, preocuparia.
3 comentários:
continuo firmemente convencido que os patrocínios se destinam apenas e enriquecer a vida social dos decisores.
Há compre o bilhete, há quem compre o concerto com o dinheiro do marketing, a motivação de ambos é idêntica.
Pq tanta resistência ao patrocínio à cultura? Portugal está atrasadíssimo neste tema.
Não resistam. Não vale à pena. Será assim. É assim em todo lado, e aqui também o será. Pouco, ainda.
Só não é mais pq é um investimento que escapa à central de meios.
Gilson, como consumidor acho muito bem que haja mecenas para tudo, principalmente se isso tornar o meu bilhete mais barato (o que não sei se é o caso). A perspectiva aqui é a da racionalidade do investimento, que não tem muito a ver com o "faz-se assim em todo lado". Também se fuma em tudo o lado, também se fazem obras far
ónicas em todo o lado, também se gastam milhões na TV sem aferir o resultado em todo o lado...
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