"Flores, Flores para los muertos" é o nome de um belo texto publicado por Fernando Gabeira (http://www.gabeira.com.br) na Folha de S.Paulo, a respeito da crise política brasileira. Como não podia deixar de ser, num imbroglio em que as "agências de publicidade" do governo têm tanto protagonismo, a farpa final vai para um publicitário: "Viu, Duda, que cenas finais melancólicas quando um mercador tenta aplicar à complexidade da política a singeleza do vendedor de sabonetes?"
Que os publicitários ligados ao governo Lula recebam esta e muitas outras farpas é mais do que justo. O que não é justo é generalizar. Em primeiro lugar, e ao contrário do cliché a que nem este blog tem escapado, os marqueteiros não aplicam à política exlusivamente a lógica do vendedor de sabonetes. Aplicam também a do vendedor de carros, de seguros, de refrigerantes, de causas sociais e até de jazigos perpétuos. Todos esses "produtos" são diferentes – e todos complexos. Só os maus publicitários os tratarão com"singeleza". Se os recentes conselhos de Duda Mendonça ao presidente do Brasil não foram bons, é porque não foram bons – e não porque viessem de um "mercador".
Um mercador competente, aliás, provavelmente lembraria a Lula que o bom marketing começa com um bom produto.