19.3.09

Menos é mais?

A Galp tem no ar uma campanha para encorajar as pessoas a partilhar o automóvel, através do seu novo serviço GalpShare. Um dos argumentos, ora vejam, é a possibilidade de poupar combustível.

Louvável causa, e à Galp só fica bem uma atitude tão responsável. Mais louvável ainda (ou pelo menos é isso que se quer que pensemos) por estar a gasolineira a pregar contra os seus próprios interesses.

Não é caso sem exemplo. A Tabaqueira faz campanhas anti-tabaco junto dos adolescentes. Lembro-me de um filme premiado da TVE a ensinar às crianças espanholas que todos os televisores têm um botão de desligar.

No caso da Galp, no entanto, pergunto-me: será que a empresa acredita mesmo que a campanha funcionará – no sentido de levar muitas pessoas a uma mudança de comportamento que reduza significativamente o consumo?

Não sei por quê, mas cheira-me que não. Em todo o caso, como aqui há um instrumento de medida objectivo, não há nada como esperar pelas adesões – e, mais ainda, o uso efectivo do serviço.

Seja como for, para a Galp, a verdadeira medida da eficácia da acção não está provavelmente aí. Mesmo que as adesões não sejam grande coisa, a campanha já fez o seu trabalho de imagem. Se as adesões forem muitas, mas depois a ferramenta não tiver grande uso, a Galp já tem mais uns quantos consumidores envolvidos e identificados. E, ainda que o GalpShare seja usado de facto por bastante gente e por bastante tempo, não é de prever – com as cidades e os hábitos culturais que temos – que faça grande mossa ao consumo de carburantes. O que, para a Galp, estará perfeitamente OK.

Resumindo: do ponto de vista da Galp, quanto menos eficaz a acção for, mais eficaz será. Estarei enganado?

18.3.09

Por quê e para quê?

Segundo o ranking do Allfacebook, uma página da Coca-Cola ocupa o 2º lugar em número de fãs no Facebook (3,3 milhões), logo a seguir à de Barack Obama (5,9 milhões).

A página não foi criada pela Coca-Cola, mas por Dusty Sorg e Michael Jedrzejewski, dois entre uma infinidade de amadores que dedicaram páginas no Facebook àquela marca.

O que tem essa página de tão interessante para atrair uma multidão de adeptos? Macacos me mordam se eu sei. A mim, parece-me um emplastro sem graça.

O que é que nela atrai as pessoas? Se calhar, apenas o título: www.facebook.com/coca-cola, de facto simples e directo.

E o que pode a marca ganhar com isso? Segundo a Advertising Age, a Coca-Cola está a estudar o assunto.

Que estranho mundo, este da Web 2.0.

16.3.09

Sou mais italiana do que tu




A falida Alitalia foi em Janeiro parcialmente adquirida pela parceria Air France-KLM. Como reagirão os passageiros italianos?

Em vez de esperar para saber, a Lufthansa reagiu prontamente criando uma subsidiária baseada em Milão a que chamou Lufthansa Itália.

Eis porque já não há muito mercado para histórias da carochinha

Pepsi Twitter

Mais que impermeável, o mundo Twitter parece absolutamente hostil às marcas.

Mas, agora, a Pepsi saiu-se com isto. Não sei o que pensar, mas lá que é engenhoso, isso é.

7.3.09

Pesquisa de mercado instantânea

O Twitter é a forma mais simples, rápida e económica de sabermos o que as pessoas pensam sobre um determinado tema ou acontecimento, o que o transforma numa ferramenta de pesquisa de mercado instantânea.

O que pensam as pessoas sobre uma certa marca ou sobre determinado novo produto? O Twitter ajuda a saber.

Um artigo publicado por Fahrad Manjoo na Slate vai ao encontro desta opinião:
"By collecting millions of peoples' immediate thoughts, Twitter is building the Web's best database of "real time" information, these people argue. And that collection might be very valuable—when people want to know what's going on in the world right now, they'll increasingly check Twitter, not Google."

4.3.09

A França tem problemas em assumir-se?



O novo logo da Air France parece querer esconder que a empresa é francesa eliminando uma das cores da bandeira nacional (o azul), um exercício fútil tendo em conta que ela não mudou de nome.

Que espécie de apelo terá uma coisa "um bocadinho menos francesa"?

Curiosamente, ao mesmo tempo que os gauleses se sentem mal na sua própria pele, a assinatura "Das Auto" recentemente adoptada pela Volkswagen leva-nos a crer que os alemães se preparam para assumir um maior protagonismo linguístico na cena internacional.