26.1.06

Para que servem os preços de tabela

Quem acompanhasse o mercado publicitário português apenas pela leitura de notícias como as que saem no Meios e Publicidade não teria dúvidas de que estamos numa fase de crescimento a velocidades mais que chinesas. De 2004 para 2005, diz o jornal, o investimento total em meios cresceu 21,6% - a preços de tabela. Em televisão, o crescimento – sempre a preços de tabela – foi de 31,2%.A imprensa, mais modesta, cresceu apenas 3,9% face a 2004 (mas isso, a preços de tabela). Na publicidade exterior, 13,2% de crescimento. Até o cinema, primo pobre do investimento em meios, conseguiu crescer 2,1%. A preços de tabela, entenda-se.

E se tirássemos a ressalva, em que é que ficávamos?

15.1.06

Publicidade assim, aqui não

Os Correios têm no ar uma grande campanha para vender o seu “serviço de apoio à mudança de moradas”. Já fui bombardeado por ela na TV, na rádio, nas lojas dos CTT. Como não estou a pensar em mudar, a promessa passou-me ao lado. Hoje, lá estava o prospecto na minha caixa de correio. Engano do carteiro: a mensagem não era para mim.

“Quando mudar de casa”, dizia o folheto não endereçado, “já toda a gente vai saber”. Se os CTT estivessem a fazer marketing directo a sério, o contrário é que devia ser verdade. “Quando não estiver a pensar a mudar de casa, ninguém vai encher a sua caixa de correio com papelada sobre um assunto que neste momento lhe diz tão pouco”.

Não faço ideia da estratégia de contacto dos CTT para a sua campanha. Na parte do direct mail, no entanto, tenho a certeza que está errada. Não deve ser difícil identificar com alguma precisão as moradas de quem está de mudança – sobretudo para quem, como os CTT no seu folheto, pode exibir tantos parceiros. No caso de essa identificação ser difícil, então a publicidade pelo correio não se justifica; para falar com desconhecidos, os meios de massa são mais baratos – mesmo para os CTT.

É pena um uso tão rudimentar do direct mail, justamente pela empresa que mais ganharia em demonstrar a sua precisão e mensurabilidade.

14.1.06

Dakar

A morte de um concorrente durante o Dakar é triste - mas quem entra sabe a que se arrisca. Já o atropelamento de duas crianças, em dias consecutivos, é algo completamente diferente.

Não é esquisito que os patrocinadores, como a Repsol e o Euromilhões, mantenham o bom humor e as fanfarras publicitárias , enquanto a televisão e a rádio martelam de 1o em 10 minutos o relato desse "dano colateral"?