31.5.07

Empreendedorismo



O quadro "As tentações de Santo Antão" de Hyeronimus Bosch, de onde este monstro foi retirado, está em Lisboa, no Museu de Arte Antiga, mas quem quiser comprar estas espantosas figurinhas terá que dirigir-se ao fornecedor americano.

Há algum tempo eu dera a ideia a alguém. Mas não vale a pena chorar sobre o leite derramado: há muitas outras coisas deste género que os museus portugueses podem fazer, e também muito designer com falta de trabalho...

O preço de um homem

Quanto vale o passe de um jogador de futebol?

Para o FC Porto e o Sporting, que muito provavelmente terão fechado ontem os seus negócios do ano, este conselho vem tarde.

Ainda assim, vale a pena ler o que sobre o assunto tem para dizer o professor do Centro de Gestão Desportiva do IESE Ignacio Urrutia, autor de um estudo intitulado: "The Five Most Common Errors Companies Make when They Evaluate the Cost of Signing up Players.”

29.5.07

Eterno retorno?

Estamos a assistir, nos tempos que correm, à proliferação de uma multiplicidade de modelos de negócio na prestação de serviços de marketing e comunicação. Este aqui, não pareceria estranho a Claude Hopkins, um por-assim-dizer copywriter da Lord & Thomas (antepassada da Draft FCB) nas três primeiras décadas do século passado. O mundo dá muitas voltas, mas às tantas parece que volta ao local de partida.

24.5.07

O ponto a que chegámos

Vinha hoje no Meios e Publicidade a seguinte notícia:

"Choice produz brochura da Nestlé Portugal

A Choice ganhou, em concurso, a produção da brochura institucional da Nestlé Portugal, a ser distribuída pelos colaboradores e clientes, parceiros, entidades oficiais e imprensa, e onde são descritas as marcas, a presença da empresa nos mercados internacionais e o volume de negócios.Conforme a nota emitida, o concurso teve por objectivo escolher uma agência para criar a nova abordagem gráfica do suporte promocional, a paginação, arte finalização e impressão do referido documento."

Então parabéns à Nestlé, que se deu ao trabalho de promover este relevantíssimo concurso, e que agora finalmente vai poder enviar a clientes, parceiros e entidades oficiais a sua bela brochura institucional, e à Choice, que não só ganhou o concurso como, de tão contente, ainda o veio dizer a todo o mercado.

Uma brochura em concurso. E isso ser notícia. Tempos difíceis.

18.5.07

Crime no Algarve

Há quem tema que o rapto de Madeleine prejudique o turismo algarvio. Haverá razão para tal receio?

Creio que não:

1. As circunstâncias do crime - se crime tiver havido - não sugerem por si mesmas que o Algarve seja um lugar perigoso.

2. Mesmo que assim fosse, não está provado que isso seja razão para afastar os turistas. Apesar de todas as ameaças terroristas, Nova Iorque não perdeu o seu apelo. Os países absolutamente seguros são os países onde não acontece nada de interessante.

3. As imagens do Algarve que passaram nas televisões são lisonjeiras para a região: aldeamentos com bom aspecto, zonas ajardinadas, urbanizações limpas e cuidadas. Como sabemos, trata-se de um óasis no contexto algarvio.

4. Finalmente, muita gente que até hoje pouco ouvira falar do Algarve - sim, é verdade, o mundo raramente pensa em nós! - ficou a conhecê-lo. Não é de estranhar que passem a considerá-lo mais um dentre outros destinos possíveis.

A publicidade assemelha-se a destacar um produto colocando-o na montra. E esta montra até tinha bom aspecto.

17.5.07

O pé na porta de Nicolas Sarkozy



Em tempos de markting delicodoce, comunicação evanescente e posicionamentos não-me-toques, é natural que os consumidores comecem a sentir-se enjoados.

De maneira que estão criadas as condições para o sucesso das velhas e garantidas técnicas hard-sell dos vendedores que dizem claramente ao que vêm e afirmam sem rodeios: "Sou o melhor. Eis por que devem preferir-me."

Sarkozy tem ar de vendedor de automóveis, é verdade; mas, em vez de procurar disfarçá-lo, assume-o.

Não se esqueçam: também as abordagens directas, inspiradas na quase esquecida sequência persuasiva Atenção-Interesse-Desejo-Acção, podem ser uma forma eficaz de disruption.

16.5.07

O meu filho chama-se Tide

Nos EUA há cada vez mais crianças chamadas Canon, Bentley, Jaguar, Chanel, Porsche, Timberland, Reebok e Xerox. Um estudo americano citado por Michael Newman (The 22 Irrefutable Laws of Advertising) encontrou mesmo 24 miúdos com o nome Unique.

14.5.07

Publicidade pronto-a-vestir

A revista Just Leader inquiriu-me recentemente acerca do previsível impacto do Spot Runner no mundo da publicidade. Eis como lhe respondi:

Poderá o Spot Runner ser mais uma revolução no sector do marketing e publicidade? Porquê?

O Spot Runner é parte de uma revolução que se foi preparando lentamente ao longo da última década e que agora detonou. O seu fulcro é o pleno aproveitamento das virtualidades do digital pelas actividades de marketing e comunicação.

As produtoras de publicidade têm razões para temer esta nova ferramenta? E as agências de publicidade?

Não têm qualquer motivo para receios, porque a vocação de iniciativas deste género não é substituir o que existe, antes proporcionar ferramentas a empresas muito pequenas para as quais até agora não existia uma oferta de serviços publicitários adequada às suas necessidades. Logo, fenómenos como o Spot Runner fomentam a ampliação (de forma nenhuma a retracção) da procura global de serviços de marketing e comunicação.

Qual o público-alvo do Spot Runner?

É evidente que o serviço se dirige ao segmento das pequenas ou mesmo muito pequenas empresas, muitas delas de âmbito local, que desejam comunicar mais eficientemente com os mercados em que operam.

Quais as vantagens do Spot Runner?
Para as empresas que não têm condições para recorrer aos serviços de uma agência de publicidade – mesmo que pequena – o Spot Runner representa uma evidente melhoria em todos os planos: qualidade das campanhas, qualidade do planeamento de media, eficiência económica, comodidade e rapidez.

Há desvantagens? Quais?
As desvantagens são as típicas do pronto-a-vestir. Mas quem não tem dinheiro não tem vícios...

Lisboa, 13 de Abril de 2007

4.5.07

Quem ganha o quê

Quanto terá pago a Cláudia Vieira à Triumph para ter o direito de aparecer na sua publicidade?

Caso ainda não tenham notado, há muito mais miúdas giras do que boas marcas de lingerie. Logo, o poder negocial está todo do lado destas últimas.

Isso - e só isso - deveria determinar quem paga a quem e quanto paga.