10.3.05

O estranho caso do Crédito Agrícola (3)

Um banco genuino tem, portanto, que ser um anti-banco.

Como pode isso ser possível? Um anti-banco tem que ser um banco onde o dinheiro desempenha um papel subordinado. Um banco que se subordina às pessoas, em vez de se lhes impor e de esmagá-las como meros instrumentos do seu poder.

Um banco assim não é a casa do dinheiro, é a casa dos projectos de vida dos seus clientes. Isso implica que esse banco se organize de forma diferente e comunique de forma diferente.

Um banco assim não apela à ganância, apela ao bom senso. Os clientes do Crédito Agrícola sabem que nunca serão milionários, mas também não se preocupam excessivamente com isso. Os clientes do Crédito Agrícola vivem felizes com aquilo que podem ter, e preocupam-se principalmente em tirar melhor partido do que têm.

O Crédito Agrícola não convida os seus clientes a aderirem à mesma lógica do sucesso a todo o preço, porque sabe que a felicidade não vem daí. Eis é um banco que sabe que a verdadeira riqueza provém do trabalho e do prazer que o trabalho bem feito proporciona a quem o faz.

O Crédito Agrícola atribui ao dinheiro um papel subordinado: aqui ele não é senhor, mas sim servo. Isso será talvez um mito, mas é o tipo de mito que um banco como o Crédito Agrícola deve representar.

Sem comentários: