A TSF noticiou os Marketing Awards da APPM informando que António Pires de Lima ganhou a categoria Personalidade Marketing Político, Rui Rio a categoria Personalidade Marketing Cidades e Regiões (para a qual também foi nomeado Alberto João Jardim) e Filipe Scolari a categoria Marketing do Desporto.
Nem uma palavra sobre as restantes categorias. Muito principalmente, nem uma palavra sobre o Prémio Carreira atribuido a Jardim Gonçalves, sem dúvida o mais justo de todos os atribuidos na noite passada.
De quem é a culpa?
Ao criar as mencionadas categorias, a APPM apenas pretendeu obter notoriedade a todo o preço para os Awards. Insisto: a qualquer preço.
Neste caso, o preço do folclore mediático foi a desvalorização do papel dos gestores de marketing, colocados no mesmo plano que pessoas que, em geral, não fazem a mínima ideia do que de facto é o marketing.
António Pires de Lima é a excepção, e mereceria de facto um prémio, se alguém valorizasse o esforço que a Compal está a fazer para se internacionalizar, mas não enquanto personalidade do marketing político. Quanto às votações de Rui Rio e Scolari nas respectivas categorias, trata-se de episódios risíveis.
O caso Scolari, em particular, é esclarecedor do que alguns gestores de marketing portugueses acham que é o marketing: uma disciplina que serve para persuadir os portugueses a pendurarem bandeirinhas à janela.
Ficou claro porque é que também nós, gestores de marketing, temos grandes responsabilidades no sub-desenvolvimento do país?
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Há 3 anos
7 comentários:
Dificilmente se encontra melhor exemplo do grande equivoco em que vivem alguns "profissionais do marketing".
Em (acho que) nenhum dos nomeados se considerou a respectiva utilidade para contruir negócio, apenas se avaliou a capacidade de gastar dinheiro. E quando um marketeiro não procura vender e apenas gastar...
Com tamanho desinteresse pelas vendas a APPM aparece um clube do erro.
Sob pena de sermos injustos e de ajudarmos a fazer renascer a ideia do Quinto Império na mente dos portugueses, é preciso valorizar, ainda que só notando, o que se passou durante o Euro. Se calhar a APPM ao instituir um prémio como o da Personalidade do Desporto quis também "marketinguizar-se"... tornar-se mais válida e visível no contexto nacional.
Tenhamos calma. Pode ser um passo na verdadeira publicitação do Marketing.
Sob pena de sermos injustos e de ajudarmos a fazer renascer a ideia do Quinto Império na mente dos portugueses, é preciso valorizar, ainda que só notando, o que se passou durante o Euro. Se calhar a APPM ao instituir um prémio como o da Personalidade do Desporto quis também "marketinguizar-se"... tornar-se mais válida e visível no contexto nacional.
Tenhamos calma. Pode ser um passo na verdadeira publicitação do Marketing.
Explique-me o que quer dizer «a alteração de comportamentos face a valores profundos (como a bandeira)», que eu talvez seja capaz de lhe dar uma resposta.
Como? simples, com as "vendas"! Já foi aqui debatido que o factor "impacto nas vendas" é dificil de incluir nos festivais de publicidade, mas não há grande razão para não ser considerado nas questões do marlketing.
O prémio do melhor marketeiro por categoria deveria ser atribuido em conjunto com a ACNielsen e/ou a Marketest que certificariam o impacto do marketeiro em quota de mercado. Ganhou quota é candidato, perdeu quota não é credivel!
Hmmm aqui vou eu cair de pára-quedas neste troca de "comments":
1)Sobre a minha área de "expertise" que é a publicidade (um dos 4P's), devo confessar que mais do que gerar notoriedade a uma marca ou produto (o que muitas vezes não é sinónimo de maiores vendas ou de alteração de comportamentos), a publicidade serve pragmaticamente para estabelecer posicionamentos e ajudar a construir "afinadades" com uma marca. Ponto final.
2) Quando uma marca não vende, a culpa é da "má publicidade" ou da "publicidade ineficaz" (o que quer que isso signifique). É mais fácil para o marketeiro encontrar uma variável exógena que finge não controlar completamente do que as restantes variáveis endógenas (os restantes 3P's).
3)Concordo plenamente com o Henrique, o papel do "bom marketeiro" é com um pouco de arte e de ciência utilizar os 4P's de modo a conquistar quota de mercado (ou como realisticamente Andrew Ehrenberg defende, manter a mesma quota sem a perder para a concorrência).
4) Tenho um cartão da APPM, mas não sei para que serve (além do pagamento da quota anual). Má estratégia de marketing destes Senhores, que não me irão conseguir reter na sua lista de associados?
Agora já percebi. Na opinião do crítico do meu post que se assina "Portugal", Scolari deveria ter ganho o Prémio Personalidade Marketing Patriótico do ano, uma sugestão que aqui deixo à APPM.
Quanto ao Prémio Personalidade Marketing Desportivo do ano, segundo o mesmo tipo de critério pouco criterioso, deveria ter sido antes atribuido ao Deco ou ao José Mourinho.
João Pinto e Castro
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