24.6.08
Incompetência ao mais alto nível
Não, não é para dar emprego a criativos. É para resolver problemas de comunicação.
Mais concretamente, é para, mau grado a indiferença dos consumidores perante produtos pouco interessantes, conseguir fazer passar uma mensagem de forma memorável. Por outras palavras, é para a mensagem publicitária lograr passar as barreiras da atenção selectiva, da percepção selectiva e da memorização selectiva.
Criatividade que não serve para isso, em vez de ajudar, atrapalha.
O Grande Prémio de Imprensa este ano atribuido em Cannes é, a meu ver, um excelente exemplo de criatividade complicativa, logo inútil.
A incompetência domina hoje ao mais alto nível. No júri que atribuíu aquele prémio não há, aparentemente, uma só pessoa que domine o bê-á-bá da publicidade.
Não compreenderão os publicitários que estas manifestações de auto-indulgência irresponsável desprestigiam o seu métier perante aqueles de quem depende o seu futuro?
23.6.08
Como não usar os "social media"
19.6.08
17.6.08
Criatividade para quê?
Nas discussões sobre a eficácia da publicidade, há uns anos o pessoal do marketing directo começou a martelar na tecla de uma (desculpem o termo) mudança de paradigma. Teríamos passado da Era da Interrupção para a Era da Permissão.
13.6.08
Get rich quick, 2º round
Há uns dias pus aqui um post que mereceu um comentário certeiro do João Pinto e Castro. Falava eu das “sales letters” que pululam na net, criadas segundo uma fórmula que, pelos padrões da mitologia comprada e vendida por nós, publicitários das agências, devia causar vómitos.
4. Apareça como um precritor neutro. Os autores das “killer sales letters” frequentemente estão a gabar um produto que encontraram por acaso (como nas histórias de tesouros, em que o manuscrito foi encontrado num velho alfarrabista em Istambul) e no qual, de início, não acreditaram nem um bocadinho. Não é nada com eles, são apenas prescritores neutros. Mais ou menos como o Cristiano Ronaldo ou o Scolari, que não consta (ainda) serem donos da Caixa ou do BES.
4.6.08
Réplica
1. Banco não é refrigerante. Como o envolvimento com o primeiro é muito maior do que com o segundo, a notoriedade deve ter muito mais peso como objectivo de comunicação de um refrigerante.
2. A notoriedade dos bancos resulta principalmente da visibilidade dos seus balcões no espaço público.
3. Não vejo em que é que o patrocínio do Rock in Rio ajuda a resolver os actuais problemas de reputação do Millennium.
4. Há formas mais baratas de atingir 120 mil pessoas (seriam assim tantas?) com um spot publicitário.
O fim?
Os programas de fidelização das gasolineiras - Fast incluído - foram lançados há uns dez anos com a finalidade de criarem um factor de preferência dos consumidores num mercado em que escasseiam atributos diferenciadores.
Outra maneira de pôr o problema: os cartões pareceram uma forma eficaz de evitar a guerra de preços numa época de instabilidade competitiva marcada pela progressiva liberalização do mercado e pela entrada de novos concorrentes.
A lógica da coisa resulta de ser mais rentável oferecer brindes aos clientes do que baixar os preços, mesmo tendo em conta que os programas de fidelização em si mesmos acarretam custos elevadíssimos de organização e gestão corrente.
Por conseguinte, quando, ontem, a Galp anunciou publicamente que passará a conceder aos titulares de cartões Fast descontos sobre o preço do combustível em função dos pontos acumulados, parece estarmos perante uma confissão da inutilidade do programa nas circunstâncias actuais.
Ou não será assim?
2.6.08
Quanto valem os patrocínios?
A resposta certa, claro está, é que depende. Quando apenas se pretende notoriedade, é evidente que o patrocínio de eventos com grande projecção mediática pode revelar-se altamente compensador, e as contas nem sequer são difíceis de fazer.
Mas será notoriedade o que mais falta faz a marcas como o Millennium, a Vodafone ou a Sagres? Sendo a resposta negativa, que indicadores são utilizados para investigar que transferências de imagem ocorrem e que benefícios delas decorrem para as marcas patrocinadoras?
Que eu saiba, embora as despesas com patrocínios igualem ou excedam frequentemente as despesas com publicidade, é muito reduzido o esforço feito para avaliar o retorno efectivo do investimento realizado. Podemos assim legitimamente perguntar-nos se, como afirma o Henrique Agostinho, não será verdade que "os patrocínios a festivais são actos de ego e não de negócio".
Tendo em conta as fortunas actualmente despendidas com patrocínios, não se entende porque não se gasta uns cobres a investigar se eles valem ou não a pena. As metodologias existem e estão testadas. Por que não aplicá-las?