2.4.09

A causa das coisas

Um estudo conduzido pelo Observatório Nacional de Recursos Humanos (ONRH) junto de mais de 37 mil trabalhadores de entidades públicas e privadas. concluíu que, em Portugal, quanto maior o grau de qualificação das pessoas, maior a sua insatisfação com o trabalho.

Isto é grave, porque indicia uma evidente dificuldade de assegurar a motivação precisamente daqueles que mais podem contribuir para o sucesso das organizações.

Quanto mais qualificado é um trabalhador, menos importantes se revelam factores como a segurança ou o próprio vencimento, e mais importantes serão a identificação com a missão empresarial e a auto-realização. Por outras palavras, na terminologia celebrizada por Herzberg, contam menos os factores higiénicos e mais os transformacionais.

Gestores medíocres talvez consigam reter colaboradores que, na verdade, não dispõem de alternativas. Mas necessita-se de verdadeiros líderes para mobilizar aqueles cuja educação de base implica maiores exigências no que toca ao envolvimento pessoal com as tarefas que são chamados a realizar.

Como será possível assegurar elevados níveis de produtividade se as pessoas de quem mais depende a inovação nos processos e nos produtos se sentem desencorajadas?

2 comentários:

Sibila Publicações disse...

Sem uma agenda agressiva de reformas, sob este estado de coisas não vamos mais longe.

A possibilidade de termos em breve uma interrupção do calendário de reformas, ou mesmo um ambiente de instabilidade política, não auguram bons tempos.

Será patético se dentro em breve, para além da crise que estávamos e estamos a viver, ainda inventarmos alegremente novas 'modas' que nos vão dificultar ainda mais a vida.

Margarida Pedroso Ferreira disse...

Excelente post! Mais uma vez se prova que a "crise" é muito para além do subprime - é de valores, de liderança...

E para países, como Portugal que, por falta de "dimensão" tem k se desenvolver pela via da Inovação este alerta é crítico pois a própria "crise" inibe um ambiente propício à inovação. Os colaboradores acham mais fácil manter os seus empregos numa postura concordata, logo menos disruptiva e inovadora... A vida em sociedade, promove o politicamente correcto... uma vez mais inibindo postura e ideias inovadores.

Neste contexto cabe aos líderes promover e desenvolver o YOU FACTOR: identificar dentro das organizações os colaboradores capazes de desafiar o "status quo" e desenvolver conceitos inovadores.