Talvez as donas de casa atuais não o saibam, mas, quando as suas avós nasceram, era impossível encontrar nas prateleiras dos supermercados a esmagadora maioria dos produtos que elas hoje consideram triviais.
É facto: nessa altura não havia detergente em pó, nem iogurte industrial, nem leite esterilizado, nem pão de longa duração, nem sumos embalados, nem champôs, nem café solúvel... Mais chocante ainda: tampouco havia papel higiénico ou fraldas descartáveis para bébés.
Esses e muitos outros produtos foram inventados a partir do final do século XIX a até sensivelmente meados dos século XX, mercê de uma série de inovações aos níveis da embalagem, da conservação e do processamento de bens alimentares e de higiene pessoal.
A reboque dessa vaga transformadora, emergiram o moderno comércio, a publicidade, a pesquisa de mercados, a logística e os transportes. A mulher viu aliviadas as suas tarefas domésticas, o que lhe permitiu assumir as mais diversas profissões fora do lar.
Nas últimas décadas parece ter secado a fonte da inovação que alimentava o desenvolvimento das indústrias fabricantes de bens de grande consumo. Quantas novidades radicais do tipo das mencionadas ocorreram desde então? Muito poucas, quase nenhumas.
Tendo deixado de inovar, a indústria tornou-se vulnerável à imitação. É este enquadramento geral que explica o crescente sucesso das marcas próprias dos retalhistas, o que serve para demonstrar que o problema das marcas dos fabricantes não se resolverá com paliativos.
Duvidam?