É claro que não bastaria dizer isto. Seria preciso demonstrar que o Crédito Agrícola é mesmo isto.
Ora sucede que, neste caso concreto, isso nem seria muito difícil.
A estratégia de comunicação adequada seria um bocado semelhante à usada por Bernbach para o Volkswagen (Think small) e para a Avis (We try harder). O underdog assume abertamente a sua identidade em vez de procurar ser outra coisa.
Sim, somos pequenos; sim, temos poucos clientes; sim, somos feios; sim, somos pouco conhecidos; sim, vamos contra a corrente; sim, somos diferentes; e depois?
Precisamente, toda a gente está farta de carros idênticos, de detergentes idênticos, de bancos idênticos.
O Crédito Agrícola é um banco com alma. E depois?
Não tem sedes luxuosas em edifícios de vinte andares. Os seus administradores não frequentam o jet-set. Não tem balcões de granito. Os empregados não vestem fatos Armani, não falam inglês, nem usam palavras sofisticadas.
Mas tampouco é um banco retrógrado, porque tem todos os produtos que os outros bancos têm para os problemas financeiros de hoje. Nem tem receio de ficar ultrapassado, porque certos valores são eternos.
Ou seja: tratar-se-ía de assumir orgulhosamente a diferença, em vez de pedir desculpa.
A opção para o Crédito Agrícola, talvez o único banco que, em Portugal, é genuinamente diferente de todos os outros, era simples: fazer a diferença, ou continuar a passar despercebido.
E que fez então o Crédito Agrícola? Lançou uma campanha publicitária a «reposicionar-se» como um banco moderno igual a todos os outros. Que lástima!
E não digo mais nada...
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Há 4 anos
1 comentário:
Muito Bem (como de costume), ou muito mal no caso do crédito agricola que nem sequer soube entender o sucesso das Cajas de Ahoros espanholas. A proximidade local e o interesse pelos projectos das pessoas "da terra" fazem das "cajas" verdadeiras potencias. Não era preciso ser tão culto quanto conhecer o "think small", bastava ir ao outro lado da fronteira.
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