Francamente, não estava à espera que o post Importa-se de repetir? (ver abaixo) suscitasse tanto interesse.
O assunto pode ser pegado por muitos lados, mas o que me parece mais importante é que a campanha não tem uma promessa motivadora para o público a quem se dirige.
Algumas pessoas contra-argumentaram que pedir factura nem sempre implica pagar mais. Não vou discutir esse ponto, não porque ache que estão certas, mas porque ele não me parece essencial.
O problema de motivação que aqui encontramos, largamente tratado na teoria dos jogos, resulta de a acção individual de uma pessoa ser irrelevante para o resultado final. Assim, se toda gente decidir começar a pedir factura, é irrelevante que eu peça ou não peça; mas, se as pessoas continuarem todas a não pedir factura, também é irrelevante que eu peça. Logo, a decisão racional é eu não me maçar a pedir factura.
Notem que este tipo de situação é muito comum. Ocorre, por exemplo, quando as pessoas têm que optar entre deitar ou não um papel para o chão, arrumar ou não o carro em cima do passeio, meter ou não uma cunha para obter uma certa vantagem e, em geral, em situações em que não há nada a ganhar excepto a satisfação do dever cumprido.
O que isto demonstra é que, nestes casos, a repressão é infelizmente a única solução. A publicidade não é para aqui chamada, excepto para anunciar que a polícia está de olho nos infractores.
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Há 4 anos
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