Na TSF ouço uma reportagem sobre a madona decapitada: uma imagem de Nossa Senhora criada por Soares dos Reis, a pedido uma confraria religiosa do Porto. O artista tomou como modelo "uma mulher portuguesa" (é o que se contava na rádio, como se fosse auto-explicativo; eu tive dificuldade em visualizar a imagem, mas isso não conta para a história).
Os senhores da confraria gostaram muito do trabalho, a não ser por um pormenor: a cara da senhora era demasiado vulgar para ser a mãe de Deus. Vai daí, zás: degolam a santa, mandando substituir a cabeça do escultor famoso pela do santeiro da esquina – uma perfeita cabeça de banco de imagens, convencionalmente celestial e inócua.
Moral da história: não são de hoje as dificuldades entre clientes e criativos. Também não é de hoje que alguns clientes, para melhorar o trabalho, não se lembram de nada melhor do que matar o macaco.
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Há 4 anos
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